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Espírito Santo

Mulheres que inspiram: presença feminina é marcante nas cooperativas de crédito

Apesar das trajetórias distintas, Simone de Oliveira, Roberta Bispo e Sandra Helena Kwak encontraram um propósito no coop e, hoje, fazem a diferença dentro de suas cooperativas


18/03/2024 13:25 - Por Emilly Rocha
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Alguns setores do mercado de trabalho são historicamente ocupados por homens.  O mercado financeiro é um deles. Em 2022, o Relatório de Pesquisa do Guia dos Bancos Responsáveis (GBR) chamou a atenção para o fato de que a presença feminina nos conselhos de administração e nas diretorias é inferior a 30% em todos os bancos analisados, com exceção do BNDES. 

Mas essa realidade é diferente nas instituições financeiras cooperativas quando se trata de cargos de direção e gerência. No Espírito Santo, as mulheres já ocupam 59,4% desses cargos nas cooperativas de crédito. Elas também são maioria entre os colaboradores, sendo responsáveis por 62,2% dos postos de trabalho. As informações são do Anuário do Cooperativismo Capixaba 2023.  

Valorizar e incentivar a presença feminina nesses espaços é fundamental e passa por discutir os desafios que elas enfrentam em suas funções para alcançar essas posições e entender quais barreiras ainda devem ser quebradas para que esse número aumente cada vez mais. 

Para isso, vamos conhecer a história de três mulheres inspiradoras que ocupam cargos de liderança dentro de cooperativas de crédito no estado.  

 

Sandra Helena Kwak, diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade do Sicoob Central ES  

Foto: arquivo pessoal

A vida de Sandra Helena Kwak, atual diretora de Recursos Humanos e Sustentabilidade do Sicoob Central ES, já está interligada com o cooperativismo há 32 anos. Sua jornada no cooperativismo começou em 1992, quando foi convidada para apoiar a estruturação da Central do Sicoob no estado, trabalhando inicialmente com a centralização financeira das singulares. 

Hoje, atuando na área social e sustentável, Sandra Helena é responsável pela coordenação de uma série de projetos e pelo desenvolvimento de políticas e instrumentos voltados para os colaboradores da instituição. Ela também assume o protagonismo na condução de iniciativas sociais e comunitárias. 

A oportunidade de trabalhar em conjunto e causar um impacto na vida das pessoas foi um dos motivos pelos quais ela escolheu atuar no cooperativismo. “Vi no modelo de negócio a oportunidade de fazer parte de um empreendimento coletivo e contribuir para a construção de uma sociedade melhor, alinhada aos princípios cooperativistas. Acredito no poder da colaboração e na importância de impactar positivamente a vida das pessoas e das comunidades onde atuo”, pondera a liderança. 

Da década de 1990 para cá, a diretora enfrentou muitos desafios na vida profissional, mas também comemorou muitas vitórias. “Ao longo dos anos, deixei diversas contribuições para minha cooperativa, como a implantação de políticas de remuneração e benefícios, a abertura do quadro social para livre admissão e a criação o Fundo de Investimento Social”, exemplificou. 

Sandra afirma que seu objetivo é construir um legado de desenvolvimento sustentável, inclusão e prosperidade para a cooperativa, colaboradores e comunidades. Para enfrentar os obstáculos do percurso, ela entende a importância do apoio e confiança que recebe de colegas e dirigentes, o que é essencial para superar os desafios que, eventualmente, possam surgir.  

A dirigente acredita que sua liderança pode inspirar outras mulheres a assumirem papéis de destaque no cooperativismo, mostrando que é possível superar barreiras e contribuir para o crescimento e desenvolvimento como um todo. “Espero ser um exemplo de determinação, ética e comprometimento para a todas as mulheres que desejam seguir carreira no cooperativismo”, ressalta. 

 

Simone de Oliveira Pelanda Guanandy, gerente de agência da Sicredi Serrana

Foto: arquivo pessoal

 Apesar de recente, a carreira de Simone Guanandy no cooperativismo é muito intensa. Sua trajetória no modelo de negócio teve início há 3 anos, quando o Sicredi iniciou sua atuação física no Espírito Santo. 

Com a chegada da cooperativa no estado, Guanandy assumiu o cargo de gerente de agência da Sicredi Serrana RS/ES na unidade da Serra. A liderança conta que enxerga no cooperativismo a oportunidade de promover negócios mais justos e responsáveis socialmente. 

“Percebo que o movimento cooperativista atua como um termômetro de mercado, possibilitando negócios justos e acessíveis para os associados. Outro diferencial é o comprometimento que temos com a comunidade, gerando desenvolvimento onde estamos inseridos”, destacou. 

Para ela, estar em um cargo de liderança implica muita dedicação, busca constante por capacitação e capacidade para acompanhar a velocidade do mercado. Ela acrescenta que ser gestora de uma cooperativa de crédito envolve o exemplo. “É preciso ser exemplo e direcionar o time conduzindo uma engrenagem baseada nos valores e princípios do cooperativismo e da cooperativa”. 

No seu dia a dia profissional, a atuação de Simone, de forma macro, é baseada em três pilares: associados, colaboradores e cooperativa. Além de estar encarregada de um contato direto com os associados para ofertar o portfólio de serviços da instituição financeira, ela também se atém aos cuidados com os colaboradores, para que eles tenham qualidade de vida no trabalho e sintam orgulho de fazer parte do time. 

Além disso, ela também dedica uma atenção especial ao zelo com a cooperativa. “Temos o compromisso com nossos associados de cuidar da cooperativa (resultados), pois é um patrimônio deles. Buscamos alcançar resultados admiráveis que gerem a sustentabilidade da cooperativa para que, assim, possamos reinvestir na comunidade em que estamos inseridos, além distribuir um percentual para nossos associados”, avalia. 

Simone diz que o legado que pretende deixar é o fortalecimento da marca Sicredi e a construção da imagem de um modelo de negócio diferenciado baseado na gestão com propósito e no interesse genuíno nas pessoas. Ela afirma, ainda, que o respeito às diferenças dentro da cooperativa é imprescindível para cumprir o seu papel e deixar sua marca na coop. 

“Praticamos a equidade dentro da instituição. Aqui, independentemente de gênero, todos têm algo a contribuir. Isso torna o ambiente seguro para seguirmos entregando o nosso melhor a cada dia”, pontua a gestora. 

 

Roberta Bispo, presidente do Sicoob Servidores 

Foto: arquivo pessoal

A história de Roberta Bispo se cruzou bem cedo com o cooperativismo. A atual presidente do Sicoob Servidores iniciou sua trajetória na coop quando ainda era estudante universitária, como estagiária. Ao longo dos anos, ela cresceu na organização, passou a participar de um número maior de atividades e assumiu cada vez mais responsabilidades. 

A liderança afirma que escolheu o cooperativismo por acreditar nos princípios que regem esse modelo de negócio. “Vi no cooperativismo uma oportunidade não apenas de desenvolvimento pessoal e profissional, mas também de contribuir na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.” 

Para ela, assumir um papel de liderança feminina no cooperativismo significa não apenas ocupar uma posição de destaque, mas também promover a igualdade de oportunidades. “Nessa posição é preciso representar de forma justa e equitativa os interesses das mulheres na esfera decisória. É uma responsabilidade que envolve inspirar e capacitar outras mulheres a assumirem papéis significativos e impulsionarem o progresso e o desenvolvimento do cooperativismo. 

A presidente reconhece que um dos desafios enfrentados ao assumir um cargo de liderança é a conciliação entre a vida profissional e pessoal, buscando estabelecer um equilíbrio entre elas. Mas, sem sombra de dúvidas, o obstáculo mais difícil é a superação das barreiras de gênero em um ambiente muitas vezes dominado por homens. 

A rotina de Roberta Bispo dentro da cooperativa envolve o desempenho de diversas atividades. Entre elas, a gestão financeira e administrativa, o planejamento, a fomentação de negócios e a defesa de questões estratégias. A função também demanda que ela represente a cooperativa financeira em diversos eventos e reuniões. 

Por meio de sua atuação, ela busca contribuir para o avanço da cooperativa, além de inspirar outras mulheres assumirem o protagonismo dentro do modelo de negócio cooperativista. “Acredito que todas as mulheres têm potencial para liderar e contribuir para o sucesso das cooperativas”, diz a presidente. 

Ao falar do legado para a instituição, ela reforça: “busco focar na implementação de novos projetos e programas, na expansão dos serviços oferecidos e na promoção de uma cultura organizacional inclusiva e diversificada. Meu legado é construir uma cooperativa mais forte, justa e sustentável, que beneficie a todos os seus membros”, reflete. 


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Fonte: Sistema OCB/ES

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