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Espírito Santo

Jovens no cooperativismo: 5 cases de coops capixabas que apostam nas novas gerações

Do campo às escolas, conheça iniciativas que capacitam as novas gerações e garantem a sucessão no cooperativismo capixaba


14/08/2025 14:01 - Por Emilly Rocha
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Foto: divulgação/Nater Coop

O futuro é coop”. Esse é o título do livro escrito pela renomada futurista Martha Gabriel.  Na obra, a autora aborda aspectos do cooperativismo e evidencia os diferenciais que tornam o modelo de negócio uma alternativa para a construção de uma economia equilibrada e próspera, que preza pela qualidade de vida, equidade, sustentabilidade ambiental e bem-estar coletivo.

Ela destaca que as cooperativas estão na vanguarda de soluções sustentáveis e tecnologicamente avançadas, adaptando-se e prosperando em um ambiente de negócios em constante mudança. Nesse contexto, o cooperativismo se revela resiliente – uma característica essencial para negócios perenes e com visão de futuro.

Mas como garantir que essa resiliência se mantenha ao longo do tempo? Um dos caminhos mais promissores é incluir os jovens no universo cooperativista, incentivando a participação e o envolvimento deles no modelo de negócio. Um movimento em direção a esse cenário não é arbitrário. Pelo contrário: é imprescindível para garantir a longevidade do coop.

Investir no protagonismo jovem significa abrir portas, criar oportunidades e promover a sucessão de forma planejada. Não se trata apenas de formar líderes, mas de cultivar uma cultura que valoriza a participação ativa de cada nova geração, conectando experiência e inovação para fortalecer o movimento cooperativista.

No Espírito Santo, diversas cooperativas já colocam essa visão em prática. Elas desenvolvem iniciativas que estimulam o protagonismo das novas gerações, promovem capacitações e criam espaços de participação ativa, preparando o caminho para que os jovens assumam papéis estratégicos no futuro do cooperativismo.

Quer saber mais sobre o tema? Separamos cinco cases que mostram como o cooperativismo investe no futuro por meio da juventude! Leia até o final e conheça as iniciativas!

Herdeiros do campo

“Orientar os jovens, passar o bastão da gestão da propriedade e diminuir a evasão na zona rural”. Esse é o objetivo do Programa Herdeiros do Campo, idealizado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e realizado no Espírito Santo pelo Senar/ES, em parceria com a Faes, sindicatos rurais e a Cooperativa dos Agricultores de São Gabriel da Palha, a Cooabriel.

O projeto Herdeiros do Campo busca despertar o interesse de famílias rurais pelo planejamento sucessório em três dimensões: propriedade, família e empresa. Porém, mais do que pensar na gestão da propriedade e na transferência de patrimônio, a metodologia do programa promove a união entre as gerações da família, com orientações que ajudam a manter o equilíbrio e a colaboração nas atividades desenvolvidas.

Além de preparar os jovens para assumir responsabilidades na gestão da propriedade familiar, o programa contribui para a redução da evasão no meio rural, fortalecendo a continuidade das atividades agrícolas e a sustentabilidade das cooperativas. E esse resultado tem chegado a um número cada vez maior. Seis turmas formadas por famílias de cooperados da Cooabriel já concluíram a capacitação do programa.

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Duas turmas do programa se formaram no último mês de julho. Foto: divulgação/Cooabriel

Cooperativas mirins

Um programa que visa disseminar os princípios e valores cooperativistas no ambiente escolar por meio da constituição de cooperativas mirins. Essa iniciativa é realizada no Espírito Santo desde 2018 pelo Sicoob ES e pelo Instituto Sicoob ES, em parceria com o Sistema OCB/ES.

Atualmente, o programa impacta mais de 450 alunos e envolve 20 educadores. Até o momento, dez escolas contam com uma cooperativa mirim no estado, sendo cinco da rede pública de ensino e cinco de cooperativas educacionais.

A cooperativa mirim é uma associação de alunos que, sob a direção de um professor orientador, unem-se voluntariamente para satisfazer anseios e necessidades comuns, por meio da vivência e prática do cooperativismo.

Em resumo, as crianças simulam uma “cooperativa de adultos” e replicam, na prática, as rotinas de uma cooperativa. Assim como as cooperativas que atuam no mercado, as coops mirins têm estatuto; realizam assembleias gerais; elegem seus representantes; promovem e participam de cursos e capacitações; e ainda se dedicam ao sétimo princípio do cooperativismo por meio de ações sociais voltadas para a comunidade em que estão inseridas.

Sabemos que o cooperativismo é um modelo de negócio, o que implica que as cooperativas de cada ramo atuem com foco em alguma atividade econômica. Por exemplo: as cooperativas de crédito oferecem soluções financeiras, as cooperativas agropecuárias comercializam produtos... E as cooperativas mirins? Ficam de fora disso?

A resposta é não! Os cooperados mirins também se dedicam a uma atividade econômica. A metodologia do programa prevê que cada cooperativa constituída tenha um objeto de aprendizagem. Esse objeto é produzido e comercializado pelos alunos cooperados com o objetivo de arrecadar fundos para manter as atividades da cooperativa mirim.