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Espírito Santo

ES Coop para o Futuro: Marcos Troyjo fecha a programação com palestra sobre macrotendências

O economista, cientista político e diplomata brasileiro apresentou os desafios e oportunidades para a economia brasileira


22/08/2025 16:52 - Por Renan Chagas
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Marcos Troyjo, economista, cientista político e diplomata brasileiro. Foto: Sistema OCB/ES

A 2ª edição do ES Coop para o Futuro foi encerrada nesta sexta-feira (22/8) com a palestra “Megatendências: desafios e oportunidades para a economia brasileira”. O momento foi comandado pelo economista, cientista político, diplomata brasileiro e ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira do Brics, Marcos Troyjo.

Para começar, Troyjo fez uma referência da economia com o José do Egito, explicando o porquê, na opinião dele, esse personagem bíblico pode ser considerado o primeiro grande economista do mundo. Entre os argumentos utilizados para justificar a opinião está o fato de, na visão do palestrante, José ter apresentado capacidades como a análise de ciclos econômicos; planejamento estratégico e infraestrutura; governança corporativa; e política fiscal.

O cientista político lembrou que há 20 anos a discussão ocorreria pautada nas ideias trazidas pelo livro “O mundo é plano”, de Thomas Friedman, que abordava a globalização sem barreiras. Hoje, entretanto, estamos a era intensiva da geopolítica, fato que impacta profundamente a sociedade, empresas e governos.

“Eu tenho a certeza de que nós já estamos dentro de um ciclo que será, a meu ver, mais prejudicial e desafiador para a grande maioria dos países do mundo. Curiosamente, esse ciclo pode ser potencialmente muito longo para o Brasil”, explicou.

Para exemplificar, ele trouxe três tendências macrogeopolíticas e uma microgeopolítica que ajudam a entender como pode ser o futuro. “As tendências macro são aquelas que têm uma longa duração, de 20, 25 anos, que duram uma geração. As micro tem uma duração mais curta, de quatro, cinco anos, mas que também têm uma enorme reverberação”, disse.

Tendências macrogeopolítica

A primeira tendência macrogeopolítica foi a demografia e crescimento populacional. De acordo com Troyjo, nos próximos 25 anos a população mundial deverá passar de 8 bilhões para 10 bilhões. Enquanto 184 países terão redução no número de habitantes, outros nove puxarão o crescimento: Índia, Paquistão, Indonésia, EUA, Nigéria, Congo, Tanzânia, Uganda e Etiópia.

Entre os pontos de atenção estão itens fundamentais para a subsistência humana, como água, comida, energia e insumos sustentáveis. “O Brasil, com abundância hídrica e agrícola, está em posição estratégica nesse tema”, disse.

A segunda tendência macro trazida é o peso crescente dos países emergentes (E7). Para o economista, o crescimento global será menos liderado pelo G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e mais pelo E7 (China, Índia, Brasil, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita etc.). “Com isso, fica difícil saber qual país será a maior economia do mundo em 2035, por exemplo”, continuou.

A terceira tendência macro foi a adoção de novos pesos para a agenda ESG. “O que observo é que o ‘E’ do ESG ganhou muito mais relevância que as outras letras”, pontuou. Para ele, haverá uma diminuição relativa das questões ambientais, principalmente motivadas por conflitos e a necessidade de redução energética, e outras questões serão levadas em conta.  “Para o Brasil, isso pode significar menos barreiras ambientais protecionistas e mais espaço para competir”.

Já a tendência microgeopolítica apontada por ele que pode ter impactos num futuro breve foi o período de turbulência marcado pelas eleições norte-americanas e incertezas com os Estados Unidos, as tarifações e disputas comerciais e a instabilidade que pode afetar investimentos externos no Brasil.

Por fim, Marcos Troyjo compara o momento atual ao voo de um avião: enquanto a macrogeopolítica abre grandes oportunidades para o Brasil no agro, energia e crédito, a microgeopolítica gera turbulências, mas podem ser administradas. “Há mais razões para otimismo, se soubermos nos preparar, do que para pessimismo”, concluiu.


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Fonte: Sistema OCB/ES

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