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Espírito Santo

Curiosidades do coop: conheça a trajetória de 53 anos da OCB/ES em prol das cooperativas capixabas

Relembre o contexto de criação da organização e os principais marcos da sua consolidação ao longo de cinco décadas de existência


04/09/2025 09:19 - Por Emilly Rocha
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Atual sede do Sistema OCB/ES, na Reta da Penha, em Vitória. Foto: Sistema OCB/ES

Que tal embarcar em uma viagem no tempo? Você sabe o que aconteceu há 53 anos, no dia 4 de setembro de 1972? Se a resposta for não, a gente te conta! Foi nessa data que nasceu a Organização das Cooperativas do Espírito Santo (então chamada de Ocees), atualmente conhecida como OCB/ES.

Neste artigo, convidamos você a conhecer um pouco mais da história da entidade que representa as cooperativas capixabas. Vamos resgatar memórias da sua criação, revisitar os marcos que moldaram sua trajetória e celebrar os feitos que consolidaram sua atuação ao longo de mais de cinco décadas.

Para tornar essa experiência mais proveitosa, nossa dica é: prepare um cafezinho de cooperativa para acompanhar a leitura. Vamos lá?

As décadas de 1960 e 1970

Para iniciar a nossa história, precisamos falar sobre o contexto do cooperativismo nas décadas de 1960 e 1970. Naquele período, o estado do Espírito Santo vivia um cenário propício para o crescimento do cooperativismo, principalmente no meio rural. Entre os fatores que contribuíram para essa conjuntura, podemos citar a imigração europeia, uma vez que os imigrantes que desembarcavam em solo espírito-santense já estavam familiarizados com a experiência cooperativista, criada em berço europeu.

Outra razão preponderante foram as transformações ocorridas no período, com novas concepções de mercado para produtos e comercialização. A economia rural ganhava força no estado e, por isso, os produtores tinham alta demanda de apoio técnico e anseio do aumento da produtividade. As novas demandas foram percebidas por técnicos da Associação de Crédito e Assistência Rural do Espírito Santo (Acares), hoje Incaper.  Dessa forma, o terreno foi ficando fértil para o surgimento de negócios cooperativistas.

Com o aumento no número de cooperativas, novas necessidades foram surgindo. Esse é um movimento natural: as cooperativas são criadas para atender a anseios de trabalhadores e consumidores de diversos segmentos.  À medida em que elas ganham capilaridade, passam a ter novas demandas, como assessoria técnica, representação perante autoridades públicas, regulamentação das atividades, divulgação do seu modo de produção pautado em valores humanos, entre outras.

A fundação

Terceira sede da OCB/ES, localizada no bairro Bento Ferreira. Foto: arquivo/Sistema OCB/ES

No cenário nacional, o cooperativismo também ganhava corpo com a formação de entidades representativas das cooperativas ao redor do território. Isso porque, em 2 de dezembro de 1969, foi criada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entidade que uniu e substituiu as antigas ABCOOP (Aliança Brasileira de Cooperativas) e Unasco (União Nacional das Associações Cooperativas).

Outros estados da federação, como Bahia, Minas Gerais e Paraná, também criaram suas organizações de representação cooperativista, logo em seguida. E tudo se fortaleceu com a consolidação da Política Nacional do Cooperativismo, sancionada em 16 de dezembro de 1971. A lei reconhece o papel da Organização das Cooperativas Brasileira e prevê que, para funcionarem, as cooperativas devem obter registro na instituição.

Foi diante desse contexto estadual e nacional que, em 4 de setembro de 1972, a Organização das Cooperativas do Espírito Santo foi constituída. A criação foi guiada por representantes de 36 cooperativas capixabas da época. Entre elas, algumas que atuam até hoje, como a Selita, a Cooabriel, a Nater Coop (então Coopeavi), a Clac e a Colamisul.

A assembleia de constituição da organização foi presidida por Auler Ludolf Thomé, na época presidente da Cooperativa de Laticínios de Guaçuí Ltda. Ludolf assumiu o cargo de vice-presidente da recém-constituída instituição, já José Carlos Bustamante, foi eleito presidente do Conselho de Administração.

Consolidação

Com a criação da organização, o movimento cooperativista capixaba iniciou sua caminhada rumo aos resultados positivos colhidos na atualidade. A então Ocees iniciou um processo de unificação das cooperativas em torno de uma mesma representação, visando tornar mais forte o modelo de negócio.

Além de facilitar a organização do movimento, ela passou a atuar na realização de estudos, promoção da divulgação do sistema cooperativista, criação de novas cooperativas para diversificação do mercado, assessoramento técnico, integração com outros órgãos do cooperativismo e representação do sistema perante as autoridades.

Em 1994, a Ocees se tornou sindicato patronal das cooperativas capixabas, adquirindo o direito de representá-las.  Em 1999, nasce o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Espírito Santo (Sescoop/ES), que passou cumprir a missão de disponibilizar ações educacionais de promoção social para as cooperativas capixabas. 

Em 2004, a entidade passou a se chamar Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo, adotando a sigla OCB/ES. Junto com o Sescoop/ES e com a Federação dos Sindicatos das Cooperativas dos Estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina (Fecoop/Sulene) integra o Sistema OCB/ES, entidade que tem o propósito de promover um ambiente favorável para o desenvolvimento do cooperativismo capixaba.

Curiosidades do Sistema OCB/ES

  • Desde 2020, a instituição reúne os principais dados, indicadores e avanços do movimento cooperativista do estado no Anuário do Cooperativismo Capixaba, que este ano segue para a sua sexta edição.
  • Uma das frentes de atuação da organização é incentivar a aprovação de legislações que incentivem o modo de produção cooperativista. Desde 2008 o Espírito Santo já conta com uma Lei Estadual do Cooperativismo e, atualmente, 16 municípios do estado têm uma Política Municipal do Cooperativismo.
  • A entidade estadual atuou ativamente para criar a Comissão Permanente do Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (Ales), estabelecendo um canal de discussão sobre pautas que envolvem o modelo de negócio.
  • Para alcançar seu propósito de promover um ambiente favorável para o desenvolvimento do cooperativismo capixaba, a instituição participa ativamente de comissões, câmaras temáticas, grupos de trabalho e fóruns. Dessa forma, o Sistema OCB/ES tem participação ativa em mais de 50 fóruns de discussão, como Conselho Municipal de Recursos Fiscais (CMRF), Conselho Estadual de Recursos Fiscais (CERF), Sebrae/ES, Conselho Regional de Contabilidade (CRC), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES).
  • O Sistema OCB/ES é considerado a segunda melhor empresa de pequeno porte para se trabalhar no ES, de acordo com o GPTW.  A instituição participa da pesquisa e do ranking desde 2019.
  • Em sua gestão, a organização já contou com 10 presidentes no Conselho de Administração. Desde 2017, a posição é ocupada pelo médico cooperado da Unimed Sul Capixaba, Dr. Pedro Scarpi Melhorim.
  • Ao longo da sua existência, a OCB já funcionou em cinco sedes diferentes, todas localizadas em Vitória, capital do estado. A primeira foi em uma sala no prédio da antiga Emater-ES, hoje Incaper; a segunda, em uma sala alugada no centro de Vitória; a terceira no bairro Cidade Alta; a quarta em Bento Ferreira; e a atual na Reta da Penha.

Fontes de pesquisa:


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Fonte: Sistema OCB/ES

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